sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vem ser nua





Repousa em tua nudez, minha querida.
Pois os que, em ti, reparam
Não trazem consigo os olhos necessários
para se apaixonar.

Vem ser nua.
Andar pela rua.
Vizinho ao jardim
Do meu coração.


Termina o teu repouso ao meu lado,
Para que eu deite em teu corpo.
Para que eu consiga provar que meus olhos
São demasiado necessitados
de se apaixonar








terça-feira, 23 de outubro de 2012

O vazio desse mal-amado.




Se não  por entre os dedos,
É por entre os lábios que escapam
nossos amados.

Um cigarro, por favor.
Para prenncher o vazio
desse mal-amado.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Beija-flor





Beija Beija-flor.
Aproveita teu dom
e vem nos presentar com o teu beijo
a florear.

Vem, em tua visita,
Mostrar que as flores são mais reciprocas
Que o nosso tão aguardado par.

Beija-flor,
Ensina-me a beijar,
com amor,
por favor.





sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Entre noitadas e círculos viciosos.





Enquanto teus dias
E tuas noitadas
 transbordam  incontáveis e curiosas alegrias,
Caminho eu
Sempre  me culpando,
Ou simplesmente duvidando
Se minha poesia, plena, adiante, caminha
Ou se apenas alimento mais e mais
Esse circulo vicioso
Que é a falta de amor.


domingo, 23 de setembro de 2012

Triste em demasia.






Triste em demasia
É saber que,
na hora de colocar as cartas à mesa,
Elas aprenderam a voar
Sem a sua companhia.

domingo, 16 de setembro de 2012

As ruínas de outrora





As ruínas de outrora
retornaram
fora de hora.

Viver entre retalhos
é realidade,
é fossa.




O dia terminou.




Ao crescer em solo infértil,
tardio é produto
vindouro
Desse céu,
Desse mar

Desce terra
Desce lar.

Sentiu?

É o ar dos solitários
Refrescando essa dor
Que  te traz em agonia.

É ar que toca e não fica.
Pois se ar não fosse
Mas terra .ou  mar, ou céu, que,poesia, composse 
Estes seriam tua companhia.


A solidão corrobora
O fim do dia.


 






 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sobre o universo e a auto-ajuda.




A felicidade se despediu.
Saiu para se distrair desse  mundo
Alegre demais.

A esperança  se refugiou
Entres as páginas dos seus livros libertadores
De compreensão tardia.

E a verdade tanto semeada
,Pelos inconscientes fracassados,
Perpetuam entre nós.

São suas queridas frases de auto-ajuda,
Que realmente  ajudam
A fingir, por míseros momentos,
Que alguém te ama
Quando não há amor.

Caro leitor,
Sinto dizer,mas
O universo nunca conspirou
a seu favor.


domingo, 9 de setembro de 2012

Os pés pelas mãos.




Trocar os pés pelas mãos
Nunca foi tão fácil.
Principalmente 
Quando ambos
Calejados.


E nas fissuras expostas
Encontram-se as marcas
Levemente escondidas
Do que restou
Do meu amor.

domingo, 2 de setembro de 2012

Ou liberdade ou cordas vocais





Ao enfornar  a desejada liberdade,
a culpa entorna.
Torturam-se os prantos
aos quatros cantos.

Libertina, a mensagem não chega.
Nunca chegará.
A liberdade traz barreiras tão
Cegas,
Surdas,
Mudas,
Num bater de asas
Em voo raso.

E, novamente nos quatro cantos
Ouve-se  o canto choroso
Dos sufocados..
Enforcados em suas próprias cordas vocais.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Entre cigarros, volúpia e gritos.




Entre um cigarro e outro,
Vem a volúpia.
E por entre meus dedos
e meus lábios secos
Escapam gritos silenciosos
Disfarçados de ar.

Entre o cigarro, a volúpia  o grito
Sou a solidão
Do poeta
A imaginar.



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lágrimas de Agosto





O calor não foi capaz
de amornar as lágrima de agosto.
Enquanto corriam,
Traziam arrepios leves,
Entorpecendo cada  pelo da pele,
e se perdendo em sua longa jornada ao chão.


Quem diria
Que  as lágrimas de agosto
Viriam a gosto.




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Feiura dos Tempos de Beleza




No tempo das belezas
Prezam-se os corpos,
Idolatra-se o material
Que enche os olhos.

No tempo de beleza,
A beleza do tempo se perde
Em cada  volta  do ponteiro
Desse seu relógio.

Nos tempos da beleza,
Há carne, há desejo
Há amor
Só em janeiros.

Tudo porque o amor é brega,
é piegas,
é sorrateiro.

Nos tempos das belezas,
Amar
É feio.






domingo, 12 de agosto de 2012

Inocência, onde você se escondeu dessa vez?





A inocência se perdeu no caminho.
Deve ter tombado em algum canto escuro
Ou se escondeu  num lugar mais seguro
Do que esse  nosso mundo.

E ,nesse caminho, deixou rastros
Tão singelos, tão ideológicos
Que a marca perdura.
Desalma a alma
Sem precisar dessa oferecida cura
Que, entre eu e você,
É a mais impura.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Hoje eu senti a droga do teu perfume






Há quem se engane
Com  o amor que os nossos aromas trazem.

O cheiro que impregna o ar
Veio de um longe
Não tão distante.

Veio do clichê
Da distância.
Da separação.
Daquele amor enlatado.

Caminhou por entre minhas narinas.
Dançou na ponta de meu nariz.
Brincou com meus sentimentos
E se foi.
Como se pudesse voltar de onde veio.

Hoje, eu senti a droga do teu perfume.
E senti que ,amor, não mais há.
Só saúde
Saudando
A saudade
de amar.


sábado, 4 de agosto de 2012

Excitar-mos-nos.





Em  teu auge sedutivo,
Sedativo,
Ainda veem perguntam
Como posso me excitar
Gozar,
Com esse tipo de material.

Logo,
Também pergunto eu,
em tom de resposta:
Como posso me excitar
Diante de dessa vilania
Disfarçada de Hipocrisia?

Desse puritanismo barato
Apresentado nos comerciais.



sábado, 21 de julho de 2012

Ao som do toque.




Há uma liga
Entre eu e você.

E  nos nossos "não me toque"
Vence aquele que esquece
Que o coração tem sensibilidade
ao som
do toque.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Liberdade




Na liberdade,
A tonalidade aumenta.
As rosas, mais sangrentas.

Libertos estamos.
Somos.
 Sumo.

sábado, 7 de julho de 2012

Questão de gênero





Quando o gênero se sobressai,
O verbo não cala,
Mas se esbalda.
As opiniões judiam os lábios
De onde surgiram.

É gênero
Que gera
E não regenera.

Tantas palavras.
Tanto verbo.
Tantas bocas
Não valem apena.





sábado, 30 de junho de 2012





"Enfim sós."
Foi mais um sussurro do espelho
Ao me ver declamar
O que ninguém quis ouvir.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Predador.




A carne que nos une
Nos torna iguais.

Então o predador nasce,
Por ter ossos em ócio
E o ofício a declarar.

Então os papéis se divergem.

E ao morder o seu próprio rabo,
O predador foge de si 
Usando suas quatro patas.



Te Observam





Te observam.
E te condenam por julgar
O que todos julgam.
 E esquecem
 que é de opiniões
Que eles se alimentam.

O julgo nos pertence
Como um alimento
Inerente.

sábado, 23 de junho de 2012

Hoje, meu bem




No repouso dos amantes,
Os olhares perpassam
Por dentre as mãos
Intocadas.

Teus olhos,
Hoje, meu bem,
Correm pela estrada.

O amor,
Amor, amor, amar
Não vale nada.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Voou.




Voou.
Amor e liberdade.
Não mais
Dor.

Num bater de asas,
O liberto.
Libertino.
Estou.

Sente.
Aprecia.
O ser
Que  é.
Que sou.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Musicar





Poesia
É ouvir o toque
Do intocável.

É  saltitar.
É paladar.
É musicar.
Pisando em ovos.
.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Celebrem



Ergam as taças
E  cumprimentem os que estão à mesa.
Preencha-as de esperança,
E se embriaguem
Achando que é de amor
 Que é feito esse porre dos infernos.






domingo, 3 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Deslocado





Deslocado,
É ser visto
Onde não deveria estar
E esquecer
De seu próprio estado.

Transparência




Os que se enxergam ,pelos através,
Formam sombras
Que eles não podem ver.

Mas afinal de contas,
Quem vê quem
nessa transparência 
Que o mundo se tornou?


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lágrimas & Areia






Ele próprio
 se destruiu.
Tudo porque  descobriu
Que  precisava de amor 
Para ser invencível.

E a areia se desfez
Ao tentar consolar
Suas próprias lágrimas.

sábado, 19 de maio de 2012

Cair em sí





Quando percebi que,
Nas sombras,
Jamais caminhei.

Foi que caí  em si
E percebi o engano
De  ser vivo na escuridão
E caminhar em falsas luzes.

Caminhar, caminhar, caminhar.
Luzia.
Sombreia.
O ciclo do pesar.





quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sem Nexo



O reflexo presente
Reflete o passado,
Almejando o futuro
Do subjuntivo
Mais que imperfeito

Meus Pedidos
Perdidos,
De amor,
à insanidade
Se dispuseram.

O amor
Perdeu
Seu
Nexo.




sábado, 12 de maio de 2012

Chuviscam mágoas



Quem sai  de alma lavada,
 Acaba esquecendo
 de enxaguar
Os sentimentos dos outros.

E ,entre respingos,
chuviscam mágoas.
Fazendo escorrer a culpa
De apenas um dos corações.





terça-feira, 8 de maio de 2012

Conjugando o Ser ou não Ser





Benditos são aqueles
Que conjugaram o
 Ser ou não ser.

Uns dizem que é passado.
Que é o futuro de pretérito,
Ou só águas de março.

Coitado desse povo
Que se perde em pensamentos do sido
Ao mascarar o Sado.

Enterrados





Eu não contei à ninguém.
Mas transcendeu  meus olhos.
E eu não consegui esconder.

Calei-me.
Calei-te.

Enterrados encontramos-nus
No amor, no sangue, na terra.
Livres, enfim,
De uma vida infeliz.

sábado, 5 de maio de 2012

Desanda




É como andar de bicicleta.
A gente nunca esquece.
Os outros é que esquecem
De quem anda.

Do que desanda.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ócio das águas claras.




Quem, de longe, vê,
Nem percebe o ócio
Das águas claras.

Apenas se embebeda
E julga
Que o vazio
Só gera carência e amor iludido.

Água e vinho
Unidos
Clamam por carinho.






quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sombras






E  quais palavras de conforto devemos seguir
Quando até as sombras são iguais
Aos nossos medos?

Quando as sombras,
Na verdade, somos nós.
Refletidos no espelho.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pecaminar.




Curvo-me diante da arte do sexo.
E meus devaneios se tornam fantasia
Ao desejar consumar atos eróticos
Só para satisfazer a sede humana
De pecar
E ser pecado.

Falta






Já nem lembro em quantas bocas
Fui procurar amor
E  não encontrei nexo.
Apenas uma falta de sexo
misturado nos aromas da dor
E na ausência do seu sabor.

domingo, 29 de abril de 2012

Entre o grito e o Espirito.





Por cima
Ainda se vê
Que a altura não comprova a queda,
Mas sim discorda
Da distância entre o grito
O espirito
E o chão.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Falho.





Olha-me de perto.
E verás que sou o trivial,
Disfarçado de estranho,
Com pitadas de inusitado
E sabor de um ato
Falho.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Transparência




Anseio por dias que me alimentem.
E que as redomas de vidro,
Que me cercam,
Me sirvam para satisfazer
Esse mau-gosto 
Pela transparência alheia.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Coitado do poeta





Coitado do poeta,
 Que ,ao  querer mostrar seu melhor,
Se perde em palavras
Num mundo em que se exigem ações.

Coitado do poeta
Que precisa aturar essa corja
Em mediocridades sobre-postas
Tudo por que um bando de acéfalos esquece
Que as palavras  vêm da fala e da escrita.
Nossas melhores ações. 

Nossa melhor forma de expressão.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Arte de Marte.



A arte
de marte.
Viver no não pertencido
E persistir que aqui é meu lugar.
Pertenço,
Permaneço
Hipertenso.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Horas e oras






Ao me deparar com o tempo
Fiz promessas por horas.
E ,oras,
Os poucos minutos que ganhei
Foram suficientes para descobrir
Que os segundos são eternos
diante do sofrimento humano.

sábado, 14 de abril de 2012

Puta.




Puta.
É a palavra  que enche a boca.
Intensifica, vez e outra,
Caracteriza mulheres ditas ocas
E tem gente que ainda acredita que elas não têm valor.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Natureza morta.




Morta,
É a natureza  que nos cerca.
E que vive
Para nos  mostrar o quão moribundos
nós somos
sem querer.