segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A ínfima prece de um ateu


 


Que o senhor tenha dó dos que amo,

já que minh'alma já não os vê há tantos.

A saudade vira conto

sem fadas, marcadas, sem ponto.


Perdoai-me.

Assim como tu sempre perdoas aos demais.

Afasta-me das ideias em anedota,

das minhas palavras tortas,

por duvidar demais.


Livrai-me.

Para que eu possa, enfim, acreditar.

Nas maravilhas, no céu, na sina,

de viver num mundo sem te amar.


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