segunda-feira, 19 de julho de 2010



(...)Quero lhes apresentar, primeiramente, meu rosto. Afinal foi por conta dele que cheguei até aqui, mas eu estaria me adiantando na história. Possuo um rosto arredondado. Faces simétricas que remontam as maçãs do meu rosto, construindo assim uma beleza perfeita, como uma circunferência desenhada com o melhor compasso. Sobrancelhas um tanto quanto grossas para uma mulher, mas realçam o que eu mais tenho de misterioso.

Meus olhos tristes.

Essa expressão me soa familiar. Creio que a vi em um ou outro poema, mas não me recordo bem onde.

Tenho olhos misteriosos, um pouco fundos na verdade, feito um buraco raso na areia da praia. São densos. Diria que meus olhos demonstram a minha mortal maturidade ou, em outras palavras, o quanto do mundo eu carrego em minhas costas. São um pouco fechados e não demonstram nenhum pouco de vida. O sangue nosso de cada dia não parece alimentar esses semicerrados olhos acastanhados. Sim, meus olhos cor de avelã, que muitas vezes parecem-me vermelhos a luz do fogo. Exatamente isso que me disseram (...)




Nenhum comentário: